15 de setembro é celebrado o Dia Mundial do Cabelo Afro


 

Imagem: pinterest


O Dia Mundial do Cabelo Afro foi criado em 2017 por Michelle de Leon, ativista e produtora britânica, como uma resposta à necessidade urgente de valorizar e proteger a diversidade dos cabelos naturais das pessoas negras. A ideia para essa data surgiu após eventos que evidenciaram o racismo estrutural presente em diferentes contextos, incluindo o mercado de trabalho. Em 2016, no estado do Alabama, nos Estados Unidos, foi aprovada uma lei que permitia às empresas recusar a contratação de pessoas com dreadlocks, uma decisão que causou indignação. Para De Leon, essa legislação representava uma ameaça à identidade cultural da população negra, uma vez que o cabelo afro, em suas diversas formas, é parte integrante da ancestralidade e expressão de orgulho. O Dia Mundial do Cabelo Afro surgiu, portanto, como uma forma de celebrar e reforçar o reconhecimento da beleza e do valor cultural dos cabelos naturais, desafiando padrões estéticos eurocêntricos e resistindo às pressões sociais que tentam invisibilizar ou marginalizar características ligadas à negritude.

Michelle de Leon - Foto: Mundo Negro

Michelle de Leon é uma figura central no ativismo pela valorização da diversidade capilar e racial. Nascida e criada no Reino Unido, ela sempre esteve envolvida com questões sociais e culturais que afetam a população negra, especialmente no que diz respeito à representatividade e à inclusão. Sua carreira como produtora de televisão a expôs às complexidades da indústria do entretenimento, onde observou a falta de visibilidade e respeito em torno da cultura negra. Em resposta a isso, De Leon fundou o "World Afro Day" em 2017, um movimento que rapidamente se expandiu internacionalmente, ganhando apoio de escolas, governos e instituições culturais em vários países. Além do trabalho como produtora, Michelle de Leon atua como palestrante e educadora, promovendo workshops e seminários que abordam a história, os desafios e a importância de se reconhecer e respeitar as características físicas e culturais da população negra. Sua trajetória é um exemplo de como o ativismo pode criar mudanças profundas na percepção social, usando a educação como ferramenta de transformação.

A importância da luta do movimento negro, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, é essencial no contexto global para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Nos EUA, o movimento pelos direitos civis, liderado por figuras como Martin Luther King Jr. e Malcolm X, marcou a história com sua luta contra a segregação racial e a busca por direitos fundamentais. O movimento "Black Lives Matter", mais recentemente, trouxe à tona questões relacionadas à violência policial e ao racismo sistêmico, temas que ecoaram mundialmente, influenciando debates sobre racismo estrutural em diversas nações. No Brasil, o movimento negro também tem uma história longa de resistência, com figuras como Abdias do Nascimento, Lélia Gonzalez e Marielle Franco, que lutaram e continuam lutando por equidade racial em uma sociedade que ainda carrega fortes marcas da escravidão. A luta do movimento negro, tanto no Brasil quanto nos EUA, impulsiona debates globais sobre o racismo, a discriminação e a importância de políticas públicas que garantam a inclusão e a representatividade das populações negras. No contexto global, esses movimentos são fundamentais para denunciar as injustiças que afetam as pessoas negras e para promover a valorização de suas culturas, fortalecendo assim a identidade e a ancestralidade afrodescendente.

Fotos: Pinterest

 





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